quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Q????

Alguém já se sentiu mal por sempre chatear quem gosta? Ou por perceber que sempre chateia quem gosta?

Pois é, sempre faço isso. Tenho esse maldito dom.
Tento ser amiga, me ferro; tento ser namorada, me ferro; tento ser filha, me ferro... Qual o meu problema? O que tem de errado comigo?
Será que as minhas atitudes, o modo com eu penso, o modo com vejo e encaro a vida é tão diferente assim do resto?
Será que isso sempre vai me afastar assim das pessoas?
Eu realmente não sei a resposta e nem pretendo ficar atrás dela...
O propósito que tenho com a vida é ser sincera, honesta com as pessoas que gosto e acredito que isso é o certo. É claro que sempre vou tentar me corrigir quando necessário, quando achar que estava mesmo errada.
O que me deixa péssima é que nunca acerto. Tento corrigir e acabo errando de novo.
E eu não desejo a ninguém o que estou sentindo agora, esse desprezo, esse nojo de mim. --'

Espero um dia conseguir não magoar mais ninguém... E espero pacientemente que faça pelo menos uma pessoa na vida feliz...

.Beeeijos e desculpaas a todos que chateei de alguma forma. :**

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

° isso é belo ° *o*




O grande dilema da vida.

Não sei bem o que escrever aqui; sei o que escrever, mas não sei como abordar.

Ontem, uma amigo querido estava se queixando de se sentir "usado" por um companheiro, e isso me fez lembrar do quão comum é essa situação, do quanto reclamamos disso e do quanto cometemos isso.
A mesma situação já aconteceu comigo, como provavelmente já aconteceu com você. Apoiamos uma pessoa, gastamos parte do nosso tempo nos dedicando a fazer dessa uma pessoa melhor, mais humana, mais amável e amada, mais feliz... E o que essa nos dá em troca? Nada. Absolutamente nada. Nenhum reconhecimento, nenhum agradecimento. NADA!
O máximo que fazem por você é lembrar da sua existência nos problemas.
Eu, tento ser a melhor amiga possível por amor e realmente me dedico a isso. O mínimo que espero é que a pessoa, ao menos, finja tentar o mesmo. Mas nem isso.
Fico em uma situação chata, num dilema: falo do que sinto talvez parecendo ridícula (dotipo:olhaaminhacarência) ou não falo nadar por essa pessoa não vale a pena? O que fazer?
Espero que quem ler esse post, analise suas atitudes com seus amigos. Veja quem te apoia, quem te ajuda e retribua o gesto. Não dói e não custa nada, além de ser gratificante (naminhahumildeopinião,claro)!

Um grande beijo à todos que se dedicam aos amados! :**

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Sim, eu sou completamente apaixonada pelo Jabor!

Como parar de se preocupar e amar o crash

O crash é bom. Vai nos dar uma consciência mais humilde de nossos limites. Até que enfim, algo está acontecendo, depois de meses de suspense.
O crash traz uma nova era; terrível ou não, alguma verdade vem ai. Como chamá-la? A pós-pós-modernidade? O pós-apocalipse? A ”desglobalização”? A única coisa que não será “pós” é a burguesia, claro. Não há “pós-burguesia”.
O crash é bom para fracassados, pois estão desculpados. O crash é ruim para catastrofistas; que farão agora? O crash é bom para o contato com o absurdo. Neste sentido, o crash é filosófico.
Beckett e Cioran serão livros de auto-ajuda.
Ficaremos mais espiritualizados com o crash. Num primeiro momento o horror, bolsas caindo, grana sumindo. Depois, a paz do inevitável, a calma da desgraça assumida – vejam o rosto pacífico dos famintos do Sudão. A fome traz uma paz desesperançada. O crash trará uma súbita revivência de faquires. O crash vai mostrar que a voracidade consumista não é a única maneira de viver. Vai nos fazer mais magros e mais frugais. Ficaremos mais elegantes com o crash. Crash chic.
O crash nos mostrará que há dois medos diversos: o medo "mano” e o medo playboy, medo periférico e medo “Jardins”. O maior medo é dos investidores – pobre já está no crash há tempos; terá apenas que realocar sua falta de recursos.
O crash é bom porque vai nos lembrar que não temos nada a perder, a não ser nossos liquidificadores. O crash vai apagar um pouco do sorriso dos colunáveis sorrindo nas revistas. O crash vai fechar a Caras. O crash vai provocar uma onda de suicídios de milionários diante dos olhos calmos dos miseráveis vingados. Com menos importação de BMWs, vai melhorar o trânsito de São Paulo. O crash vai instalar humildade nas almas yuppies. Vai acabar com suspensórios floridos e gravatas de pintinhas...
O crash vai acabar com os anúncios globais da IBM, unindo negros felizes na Nigéria com amarelos felizes na Mongólia e brancos felizes no Canadá. O crash vai mostrar que os EUA também não fizeram o “dever de casa”, como nos acusam. O crash vai obrigar a criação de um “neokeynesianismo transnacional”, como disse o Kurz, que é um gênio. O Soros vai chorar, Greenspan está falando em justiça social, japoneses vão restaurar a grandeza perdida por Mishima.
O crash vai trazer os hippies de volta, as drogas lisérgicas, o artesanato de couro. O crash é bom porque vai reviver a poesia, a arte, mortas pelo mercado. O crash é uma renascença. Haverá uma estética do crash. O crash vai entrar na moda, roupas recicladas, maior inventividade, sem luxo. Vai ressurgir a povera.
No crash teremos mais tempo para ler. O crash vai criar escolas filosóficas: o “pirronismo” absoluto, a escatologia escatológica: “a merda está no fim da história” (uma espécie de Hegel de costas) e um neoniilismo pragmático.
O neomarxismo será in, o neogetulismo também. Haverá bares de intelectuais fumando na madrugada, cheios de esperançoso pessimismo.
Os filmes americanos ficaram felizes e musicais como no tempo do crash de 29. Fred Astaire vai dançar com Ginger Rogers de novo. O crash acaba com os filmes de grande produção. O crash vai acabar com os Titanics. Graças a Deus. O crash vai nos livrar dos grandes shows de rock, das grandes bandas revoltadas, vai nos livrar dos World Trade Centers, dos best-sellers, das supercervejarias, dos Canecões, da publicidade com homens escalando geleiras e voando no Himalaia. O crash acabará com a dança do tchan. Será a dança do crash.
Com a nova guerra fria entre russos e americanos, indianos e paquistaneses, Oriente e Ocidente usando Antrax contra Tomahawks, teremos a restauração da beleza da morte e não mais sua banalização pelos Van Dammes e Stallones. O crash vai trazer um novo sabor de verdade a esta ópera-bufa que vivemos. Acaba o pastelão e começa a tragédia real.
O crash vai acabar com esse tédio administrativo e mercadológico. O crash será um thrill para nossas vidas. A paz é chata; parece filme iraniano. A guerra é que é legal, como filme de ação.
O crash
vai também revitalizar o inútil, a importância do nada, da ausência de urgências, uma saudável tristeza vil. O crash vai acabar com a arrogância do capitalismo, com sua idéia de progresso sem fim. O progresso sem significado faz da vida um acontecimento sem significado. O crash vai acaba com os programas espaciais e nos fazer voltar os olhos para a Terra.
O crash vai acabar com esse bom senso insuportável que nos rege. Vai restaurar novos anos 60. Neobeatles virão... O crash vai acabar com os emergentes. Sem consumo, o crash vai estimular o sexo... Já que não teremos nada a fazer. E também vai justificar broxadas: “minha filha... desculpe... é o crash...”. O crash vai acabar com o grande movimento em aeroportos e diminuirá sensivelmente o numero de barrigudos falando alto em celulares. O crash fecha Miami.
O crash é retro, delicioso – voltaremos aos anos 50, de onde nunca saímos, na verdade. O crash vai nos tirar a ansiedade cansativa e nos dar finalmente a repousante depressão.
O único problema do crash é que ele vai revitalizar os fascismos. A Rússia vai ser fasci-comuna, chantageando o Ocidente com bombas, a China também. E isto, naturalmente, poderá causar uma guerra total, na qual morreremos todos, já que o espetáculo da História humana foi esse vexame milenar de busca de esperanças vãs, também isto é bom. O crash é bom para acabar conosco, esta raça daninha que atrapalho o livre curso da natureza. Logo, não se preocupe.(texto de Arnaldo Jabor em "A invasão das salsichas gigantes e outros escritos")

Um grande beijo aos amantes de Karl Marx e suas teorias! :**